Numa dieta de jejum intermitente, o nome indica bastante bem o que tem que fazer.
Esta técnica alimentar tem vindo utilizada durante toda a história da humanidade, mas acabou por se tornar um segredo relativamente bem guardado e pouco utilizado.
Porquê?
Essencialmente porque foi esquecida por todos.
Em tempos mais longínquos, onde os nossos antepassados não tinham acesso a grandes quantidades de comida, era normal que os seres humanos seguissem uma dieta de jejum intermitente.
Mesmo de uma forma indirecta, antepassados tão perto como os da Idade Média ou mais longínquos como os homo sapiens caçadores-recolectores dependiam fortemente na sua componente ambiental para garantir alimento.
Quando a caçada ou recolha fosse bem sucedida, havia jantar para todos.
Quando se falhasse, efectivamente ninguém acabava por comer.
Nos dias mais actuais, a técnica de jejum intermitente acabou por se tornar numa prática alimentar amplamente aceite e com resultados comprovados por centenas de pacientes.
A dieta de jejum intermitente é a favorita de muitos desportistas de alta competição, principalmente de alguns envolvidos na área do crossfit e musculação.
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Dieta Jejum Intermitente: Como Funciona?
Essencialmente, jejuar permite que o seu corpo queime gorduras acumuladas, o que resulta na perda de peso.
É importante salientar que os humanos evoluiram naturalmente para jejuarem sem que isso tenha qualquer efeito nocivo para a sua saúde.
Ao contrário do gado bovino, por exemplo, não temos que estar sempre a comer.
Sentimos fome a intervalos esporádicos durante o dia e comemos nesses mesmos intervalos.
Durante o tempo em que não estamos a comer, não só nos alimentamos dos nutrientes que ingerimos, como o nosso corpo queima as reservas de gordura acumuladas para garantir o seu normal funcionamento.
Pense sobre isto – a vida tem tudo a ver com um balanço adequado.
O que é que contra-balanceia o acto de comer?
Precisamente o acto de jejuar, ou de não comer.
Mecanisticamente, o processo de metabolização dos nutrientes pode seguir duas vias alternativas.
Após o aumento dos níveis de insulina imediatamente após ingerirmos alimentos, a energia sob a forma de glucose ingerida em excesso é armazenada de duas maneiras distintas.
Os açúcares podem ser ligados, formando moléculas com longas cadeias, chamadas glicogénio.
Este glicogénio é armazenado no fígado; no entanto, o seu espaço de armazenamento é limitado.
Quando a capacidade máxima é atingida, o fígado começa então a transformar o excesso de glucose em gordura.
Alguma desta nova gordura é armazenada no fígado, mas a maior parte da mesma é dirigida para espaços específicos de armazenamento, como as coxas, zona abdominal e peitoral.
Virtualmente, não há limite para este espaço de armazenamento externo ao fígado, o que faz com que possamos portanto engordar indefinidamente.
O processo reverso acontece precisamente quando jejuamos.
Ao deixar de comer, os níveis de insulina no nosso organismo baixam e o corpo reverte todas estas reacções bioquímicas.
Em vez de armazenar glucose em excesso sob a forma de glicogénio ou gordura, o corpo activa processos que permitem imediatamente utilizar a energia acumulada.
A mais acessível, mas em menor quantidade, é o glicogénio.
No entanto, a perda de peso será relativamente pequena, pois uma grande parte do mesmo encontra-se armazenada em adipócitos espalhados pelo seu corpo, o que irá abrandar os efeitos do jejum intermitente.
É importante perceber que este mecanismo existe connosco e foi-nos dado como prenda da evolução natural.
Evoluimos ao longo dos tempos para conseguirmos acumular energia e utilizá-la quando mais precisamos.
Ao estar sempre a comer, mas pequenas porções, mantém o seu corpo num estado de elevada quantidade de insulina, o que leva a que gaste o que come.
Ao jejuar, consegue efectivamente emagrecer, pois o seu corpo irá queimar a energia acumulada sob a forma de gordura.
Dieta Jejum Intermitente: Benefícios
Sem que nos demos conta no nosso dia-a-dia, os nossos antepassados faziam muito isto – chamavam-lhes períodos de purga, limpeza ou desentoxicação.
O principal benefício óbvio de uma dieta de jejum intermitente passa pela perda de peso rápida e segura.
No entanto, há toda uma gama de outros benefícios que podem ser obtidos.
Alguns dos benefícios de uma dieta intermitente são:
- Melhoria da saúde mental
- Redução de peso e gordura corporal
- Níveis reduzidos de insulina e açúcar no sangue
- Reversão da diabetes tipo 2
- Aumento dos níveis de energia
- Aumento da taxa de metabolização de gorduras
- Aumento dos níveis de hormona de crescimento
- Colesterol sanguíneo reduzido
- Redução da inflamação
Dieta Jejum Intermitente: Efeitos Secundários
Um dos possíveis efeitos secundários de jejuar intermitentemente passa obviamente por prisão de ventre.
Se come menos, acaba por também deitar menos fora – isto é relativamente lógico.
Outros sintomas mais comuns são:
- Dores de cabeça, que tendem a desaparecer após as primeiras vezes em que jejuar. Tomar algum sal pode ajudar.
- Confusão, azia e cãimbras podem ser frequentes durante as primeiras vezes em que decidir jejujar, enquanto o seu corpo se habitua à nova forma de consumo de energia.
Dieta Jejum Intermitente: Ementa
A ementa que pode seguir deve ser pobre em hidratos de carbono, uma vez que estes alimentos são rapidamente metabolizados em glucose.
Este efeito seria, portanto, contraproducente.
Durante o período em que não pode comer, recomendamos que jejue e beba líquidos frequentemente.
Nos períodos em que sentir mais fome, simplesmente tente ignorá-la e mitigue-a com uma chávena de café ou chá.
Dieta Jejum Intermitente: Conclusão
Seriamos verdadeiramente ignorantes se ignorássemos uma ferramenta de sobrevivência que a evolução natural da nossa espécie nos deu.
Uma dieta de jejum intermitente é uma das melhores maneiras de perder peso.
Tem que ter atenção ao que come após jejuar.
Quanto mais longo o jejum, mais cuidado deve ter ao voltar a comer.
Níveis abruptos de glucose no seu sangue podem ter efeitos extremamente nocivos.
O recorde mundial para jejuar é de 382 dias, pelo que fazê-lo durante alguns dias não será, de todo, um problema.
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